domingo, 1 de junho de 2014

Resenha: Morte Súbita, de J.K. Rowling


Excelente
Editora: Nova Fronteira
Páginas: 504
Tradutor(a): Maria Helena Rouanet, Izabel Aleixo



Sinopse: Quando Barry Fairbrother morre inesperadamente aos quarenta e poucos anos, a pequena cidade de Pagford fica em estado de choque.

A aparência idílica do vilarejo, com uma praça de paralelepípedos e uma antiga abadia, esconde uma guerra.

Ricos em guerra com os pobres, adolescentes em guerra com seus pais, esposas em guerra com os maridos, professores em guerra com os alunos… Pagford não é o que parece ser à primeira vista.

A vaga deixada por Barry no conselho da paróquia logo se torna o catalisador para a maior guerra já vivida pelo vilarejo. Quem triunfará em uma eleição repleta de paixão, ambivalência e revelações inesperadas? Com muito humor negro, instigante e constantemente surpreendente, Morte Súbita é o primeiro livro para adultos de J.K. Rowling, autora de mais de 450 milhões de exemplares vendidos.



***

Depois do estrondo de Harry Potter, J.K. Rowling resolveu deixar o mundo mágico do garoto para mergulhar de cabeça na triste realidade de um vilarejo fictício escrevendo Morte Súbita. O livro não foi um sucesso tão gigante quanto HP, mas garantiu boas posições nos mais vendidos por algum tempo.

Comprei esse livro esperando uma ótima história. Mas o que mais eu podia esperar? Afinal, se trata de uma das autoras mais incríveis de todos os tempos. Só que ele não é bem o que eu estava pensando.

É melhor. Muito melhor. Morte Súbita é uma história madura, que não é qualquer pessoa que tem fôlego pra ler. Se você é daqueles leitores que adoram viver em um mundo mágico e repleto de aventura, esqueça. Aqui, nos deparamos com diversos tabus, como drogas, estupro, violência doméstica e vários outros temas polêmicos. Acompanhamos a vida de sete famílias, todas elas afetadas, direta ou indiretamente, pela morte de Barry Fairbrother, um homem que ajudava qualquer um que aparecesse na sua frente. Depois da morte dele, já no primeiro capítulo do livro, o vilarejo de Pagford começa a desmoronar aos poucos, e no decorrer da história, as personalidades mais desprezíveis são reveladas, mostrando que Barry talvez fosse a única pessoa realmente boa naquela cidadezinha (mas nem disso temos tanta certeza).

Achei incrível o modo como a J.K. entrelaçou os acontecimentos de Morte Súbita. A estrutura do livro é totalmente diferente da de Harry Potter: o ponto de vista muda a cada instante. Isso faz com que a história não fique enfadonha ou enjoativa de se ler (mas o que ajuda nisso também é a excelente narrativa da autora, que é bastante fluida e detalhada, que eu considero única).

Porém, confesso que, se esse livro não fosse da J.K. Rowling, dificilmente eu o compraria. De cara, a sinopse não chama tanta atenção assim. Mas a edição da Nova Fronteira ficou impecável; a capa é feita de um material emborrachado e macio, e as páginas são do melhor papel que existe, o chambril avena, que torna a leitura pouco cansativa e rápida. Capricharam na medida certa.

E, por favor, mantenha as crianças fãs de Harry Potter longe dele! Essa história não é direcionada ao público infantil. Leia se você tiver pelo menos uns 15, 16 anos (tanto física quanto psicologicamente haha).

Resumindo: Morte Súbita é cruél, é real, e é ótimo. Com um final bem triste, na minha opinião, mas bastante impactante. Enquanto você está lendo, não sente aquela aura mágica que recheava os livros de Harry Potter, mas sim uma outra, dura e infeliz: a aura da realidade.


***

P.S.: Eu comparei Harry Potter com Morte Súbita diversas vezes, mas os dois livros não têm absolutamente nada em comum!

Nenhum comentário:

Postar um comentário